quarta-feira, 6 de março de 2013

Intoxicação


Existem dias especialmente desgastantes para mim, dias da famosa rebordosa, em que ainda estou bastante intoxicada por energias negativas, densas, formas pensamentos.

Geralmente absorvo isso de imagens, noticias, pessoas ou situações negativas ou de descontrole, isso me faz muito mau pois entro na sintonia da energia e sofro seus efeitos.

Quando descobri isso passei a limitar meu tempo de contato, pessoalmente, por telefone, e-mail,  qualquer coisa que possa me remeter a essa energia.

Mas de vez em quando eu faço uma besteira e o desgaste que sofro é tão grande que nem consigo pensar racionalmente depois, e isso atinge minha forma de me alimentar, descansar, dormir, todas minhas atividades.

Posso ver claramente que estou com energia zerada pois fico nervosa a toa, com cólicas, urticária, sem paciência, amedrontada, muito sensível a sons, cheiros, movimentação.


Para desintoxicar preciso meditar bastante, ouvir musica suave ou mantras, tomar muita água, comer frutas, curtir o silêncio, ficar sozinha e ter paciência com tudo que possa dar errado.

Não é um dia para tomar decisões, muito menos sair por ai, qualquer grande ideia que venha na cabeça nesse dia deixo de lado e analiso posteriormente, em outra frequência.

Acredito que muitas pessoas vivem constantemente intoxicadas mas não veem isso, para elas parece um dia ruim num mundo ruim, não percebem que estão sofrendo os efeitos da desorganização alheia.

Eu também não percebia claramente no começo, tentava buscar em mim os motivos daqueles sentimentos, ficava cavucando lá no fundo para encontrar as razões de estar em desequilíbrio.

Foi quando comecei a meditar mais, ficar mais em silêncio, esquecer tv, chats, conversa diária de bobagens, quando comecei a me ouvir mais atentamente é que reconheci que estava intoxicada por pensamentos alheios.

Percebi também que muitas escolhas eram fruto dessa intoxicação, o que comer, o lazer, as atividades do dia, as conversas mentais, o que me incomodava e a forma como me sentia incomodada.

Se você esta ansiosa, nervosa, triste, irritada, vai naturalmente fazer escolhas bem diferentes do que quando esta tranquila, centrada, feliz, pacifica, o mundo todo se torna diferente, as pessoas, as situações, mesmo as coisas materiais.

Até mesmo minhas cachorras ficam diferentes nesses dias de intoxicação, em constante alerta, brigam mais entre si, não conseguem dormir a noite toda, comem mais, latem mais, uivam mais, mordem e "aprontam" mais.

Nos dias tranquilos elas não se irritam tanto com as crianças de bicicleta na rua, tiram pequenos cochilos durante o dia, latem, uivam ou mordem na medida certa, pelos motivos certos, parecem igualmente calmas num mundo sem problemas.

Quando estou intoxicada não sou eu mesma, naturalmente que não, sou um apanhado do pior das outras pessoas, estou carregando os resíduos do lixo e sujeiras emocionais e sensoriais.

E quando carregamos o lixo alheio somamos a isso nosso próprio lixo e está feita a confusão.

Besteira feita agora é lidar com as consequências e refletir o porque ainda me sujeito aquilo que não quero, que não me faz bem, em nome do que me obrigo a passar por essas "roubadas".

Se for em nome da amizade estou errando nas amigas, não que eu queira pessoas perfeitas, com vidas perfeitas, eu não sou nada perfeita, mas ao menos pessoas que estejam numa frequência mais harmoniosas.

Antes não entendia a vida dos monges, a coisa do isolamento e contemplação, agora sei que é preciso muita gente fora do redemoinho para contrabalançar as forças  e polaridades, só assim para o mundo chegar ao equilíbrio.

terça-feira, 5 de março de 2013

De grão em grão a galinha enche o papo



Estamos sempre esperando "aquele" fato,"aquela"mudança, "aquela"coisa especial, de fora ou de dentro, para chegarmos "naquele" ponto imaginário onde tudo vai ser mais do que perfeito, sem problemas, tudo entendido, satisfeitos, felizes e sabendo lidar bem com as coisas do mundo.

Verdade seja dita que esse "aquele" não sabemos nadica de nada como é, mas supomos, é verdade, e sonhamos, bastante, com que ele seria.

De ganhar na Mega Sena ao namorado romântico, da plástica na barriga a uma casinha na praia, de pagar todas as contas a mais amigos, da religião que lhe dá paz a técnica de cura perfeita, morar no exterior, fazer um mestrado, emagrecer 4 quilos, ter segurança financeira, é tanta coisa que passa pela nossa cabeça.

Tá bom, sonho é sonho, lá tudo é perfeito, tem um THE END como aqueles contos de fadas E ELES FORAM FELIZES PARA SEMPRE !!!

Só que a vida real é igual louça para lavar, você acaba tudo, deixa a pia brilhando, e logo é hora do lanche, ou da janta, dali a pouco tem mais um copinho em cima da pia, e o trabalho começa tudo de novo, sem fim.

Mas nos consolamos com a ideia de que "o dia maravilhoso em que tudo estará resolvido" vai chegar, seja por causa de alguma coisa, pela mão de outra pessoa, até mesmo do governo, esperamos que o governo resolva o Brasil, se não conseguir colocamos outros e outros e outros.

Só que aqueles que já chegaram lá, os que conseguiram o tão esperado equilíbrio, a tão desejada felicidade, a velha e boa paz e aquela cara de NÃO ESTOU NEM AI PARA OS PROBLEMAS, não viveram um golpe de sorte, não foram tocados por um anjo, nada de ET ou algo que caiu do céu, eles construíram isso.

Sim, os bem resolvidos investiram em se resolver, todos os dias, pouquinho a pouquinho, ordenando as peças do quebra cabeça mental, trocando os condutores defeituosos da emoção, se esforçando em muitos momentos a dizer NÃO, esse não para situações que poderiam dar prazer a curto prazo mas uma baita dor de cabeça com o passar dos tempos.

A muitos anos uma amiga me contou uma história de um vizinho, gente paupérrima, morava ali num terreno baldio, numa lona velha, ele, a esposa, e uma filha. Era gente que tinha deixado tudo para trás, a sua terra natal árida e paupérrima e vindo para a cidade grande. De melhor possuíam apenas um carrinho de lata, que usavam para o ganha pão, catar sucata na rua.

Pois bem, o homem todos os dias nas suas andanças, quando encontrava um tijolo ali perdido num terreno, jogado fora numa construção, recolhia e levava para casa, feliz da vida, assim também fazia com telhas e arames e todas as coisas que encontramos numa construção. 

Um dia minha amiga percebeu que os vizinhos tinham construído duas paredes, a lona velha de guerra ainda em cima, meses depois foram colocados caibros velhos, e algumas telhas e assim pouco a pouco foi surgindo uma casinha tímida. E a volta da casinha surgiram pés de tomate, chuchu, verduras, maracujá.

Anos se passaram, a casa foi terminada, pintada, arrumada, reformada, o jardim além da pequena horta já tinha pé de laranja, manga, limão, banana, muitas flores, uma mesinha e cadeira na frente, já não parecia uma casinha mal acabada num terreno abandonado.

Então  eles foram pedir uso capião, minha amiga levou os vizinhos de carro a prefeitura, e no caminho o homem foi contando que seu maior sonho era ter uma casa, e que quando veio para a cidade grande ele decidiu que tudo, por menor que fosse, que levasse ele a isso, iria agarrar com força e não deixaria fugir a oportunidade, assim cada tijolo que achava ele sabia e se via cada vez mais perto da sua casa.

Ao ouvir essa história eu percebi que queremos que a solução dos nossos problemas e o tão desejado objeto da nossa felicidade chegue até nós pronto, acabado, perfeito, tudo resolvido, sem mais esforços e que ai, e só ai, nossa vida finalmente vai estar perfeita.

No entanto, seja o que for que desejamos, essa coisa já existe e esta espalhada no nosso cotidiano, esperando que peguemos a nossa coragem, determinação e confiança - nosso carrinho - e a encontremos. E assim juntando, um pouco por dia, no fim de um período a coisa vai ter forma, função, espaço na nossa vida, e real valor pois nós fizemos acontecer.

Usando nossa força e inteligência, nosso empenho, visão a longo prazo e amor próprio, podemos construir coisas inacreditáveis, até mesmo sem ganhar na mega sena ou ter o amor perfeito ao nosso lado, tudo que precisamos é abraçar nossa chance de hoje.

E a nossa chance de hoje não é algo fora do comum, tão diferente, mas pequenas coisas que já fazem parte da nossa rotina, nossa chance de hoje se faz  vivendo-as de forma diferente,  com outra intenção, buscar algo mais em tudo aquilo que se pratica.

Ao invés de sentir raiva do vizinho que liga o som alto dançar um pouco com essa musica, exercitando o corpo e a paciência, no lugar de comer a coxinha cremosa na padaria tomar um suco de maçã com clorofila, hidratando e desintoxicando o corpo, pegar os R$ 0,10, aquela moedinha aparentemente sem força e coloca-la no cofrinho imaginando o passeio em Orlando.

E quando o filho disser que não vai guardar o sapato jogado na sala, ao invés de gritar, se sentir frustrada, pegar o sapato e fazer uma mimica, mostrando quanto as coisas abandonadas sofrem por estarem assim perdidas pela casa.

O potencial das coisas que desejamos só tomam forma com nossa força de vontade de viver diferente.

Você esta MESMO precisando de uma Cura ? Não consegue mais lidar com sua tristeza e vazio ? Passou dos 30 e vê que não construiu nada de solido na sua vida ? Ainda enfrenta os mesmos medos, limites e duvidas de tantos anos ?

Então vamos lá, pegar o carrinho da perseverança e dia após dia, investindo carinhosamente em si mesmo, no ambiente e no planeta, construir um lugar de paz, segurança, amor próprio e luz, energia essa que ao se propagar vai iluminar, através de nós, todas as circunstâncias e pessoas da nossa vida.

Pois a energia da transformação, apesar de parecer imaterial, traz essa força que nos faz  pegar o tijolo solto e abandonado no chão, com alegria e não sentindo frustração pelas coisas que ainda não temos mas sim confiantes por aquelas que iremos construir.

O tempo vai passar para todos, mas aqueles que investem um pouco a cada dia na sua felicidade e bem estar  certamente vai colher bons frutos a longo prazo.

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

VERGONHA


Ultimamente tenho sentido muita vergonha de ser humana,  peço desculpas constantemente aos pássaros, flores, animais, arvores, ar, dos maiores aos menores seres, a todo planeta.
Isso porque nós, seres humanos, estamos fazendo MUITA BESTEIRA, e como somos bilhões a besteira é em grande escala.

Sempre me impressiona a capacidade do ser humano de ser cruel, desleixado e irresponsável com tudo, até com os da sua própria espécie, filhos, amigos, pai e mãe, e se nem com os seus ele tem respeito muito menos com os outros seres que habitam o planeta.

E o ser humano se acha no direito de usar, esfolar, brincar, matar, colecionar, comer, torturar outros seres, com as mais variadas desculpas, da necessidade física a ciência e religião.

A necessidade física vem de antigos hábitos, os mesmos dos homens primitivos, nossos ancestrais que não tinham grande possibilidades e comiam ou usavam aquilo que estava a mão...e eu pensando que já estávamos numa época de maior evolução !!!

A ciência usa os animais como cobaias, para sofrer aquilo que achamos indigno se feito num ser humano, nos animais vale tudo, de deixar apodrecer em vida até cegar para testar o limite de recuperação.

E ela trabalha com os remédios, indústria dos cosméticos, e até o estudo do comportamento, assim os bichos são usados e descartados, do seu habitat para um laboratório e um terreno baldio.

As  religiões dizem que nosso poder vem de termos sido feitos a semelhança de deus, é claro que esse deus foi inventado por nós mesmos e vem de textos de velhos livros escritos pelo próprio ser humano, sempre puxando a sardinha para seu lado.

Algumas pessoas me dizem que esperam ansiosamente o fim do mundo, pois ai o ser humano seria colocado no seu devido lugar e ganharia uma sela e arreios além de uma nova direção.

Muitas vezes, ao ver o absurdo que ocorre pelo mundo, sinto vontade de que uma hecatombe venha ao nosso encontro finalizando nosso programa de destruição progressiva do planeta.
Mas isso não ocorrera de repente pois já vem acontecendo, progressivamente, e sei que isso dá tempo a cada um de nós, cada ser humano, de modificar seu status - de senhor destruição para senhor mantenedor.

Podemos ser belos espécimes conscientes, maduros, realizadores do melhor a todos, podemos sim ser algo que até um deus gostaria de chamar de filho, essa pessoa que ainda não somos, mas temos o potencial.

A cada dia eu vibro para que o ser humano desperte desse estupido torpor que ele vive, que abra imensamente seus olhos e expanda seu entendimento, que sua consciência dê um salto de ginasta olímpico e ele finalmente perceba como tem vivido e a que custo.

E nesse dia eu vejo pessoas como que acordando de um grande pesadelo, e com gratidão juntando suas forças para reconstruir as belezas naturais do mundo, deixando de lado as bobagens artificiais.

A voz da vida




A muito tempo o ser humano deseja que pudesse existir uma linguagem comum entre todos os seres do planeta, imagina ele que esse idioma o tornaria mais sensível, útil e respeitoso com a natureza e disso viria grande fartura e paz.

Animais, vegetais, minerais não seriam mais habitantes estranhos e de difícil significação, se transformariam em parceiros, amigos, aliados no processo de melhorar a vida e salvar o planeta.
Barreiras seriam rompidas, barreiras do medo, duvida, nojo, distancia, e maravilhados com o completo entendimento de toda vida, seriamos novamente remetidos ao paraíso, onde existia uma única linguagem.

Assim o ser humano idealiza seu mundo perfeito, sem entender que essa voz, essa via de comunicação já existe, sempre existiu, fomos nós que a perdemos, nos distanciamos dela assim como nos distanciamos daqueles da nossa própria espécie.

Então por que não conseguimos ouvir agora a instrução do vento?

O canto da montanha?

A sabedoria dos pássaros, baleias, flores, pedras, arvores, lobos, mar?

Se todos eles continuam a falar entre si, se cada um deles manteve sua capacidade de dialogo, por que estamos surdos a isso?

Talvez seja porque ouvimos noite e dia apenas o ruído da nossa mente, pensamentos, medos, lembranças, desejos, conflitos, expectativas, duvidas, cobranças, afirmações.

Nossa percepção esta contida, presa, limitada a pequena caixa, a mente, que sem cessar, em monólogos, nos afasta da percepção do todo, ela se diz "nós", afirma ser a única a indicar o caminho e compreender a essência de tudo.

Essa mente, falsa mente, essa conversa de vozes imaginárias, as vozes do ego, dos egos dos egos, dos egos de tantos egos que já viveram a nossa volta, esse espelho da confusão do ser humano.

Essa mente não é o raciocínio, não é também nossa consciência, não é tampouco nossa essência, não é nada a não ser inúmeras idéias que planam a nossa volta a muitos e muitos anos, a educação da separação.

Nem sabemos mais onde começa os outros e termina o eu, não percebemos o que vem do nosso corpo, da nossa própria percepção e o que é introjetado pela necessidade de normalização, cultura do igual.

Esse ruído incessante existe a tanto tempo que já nos acostumamos, pouco percebemos que ele se colocou acima de todas as vozes do mundo, calando-as, a começar pela voz do nosso próprio coração e assim o conhecimento da natureza.

Esse ruído estranho nos convenceu que é a voz dos seres humanos, sua própria essência, a mente que tudo vê, entende, cria, fonte de percepção, raciocínio e evolução.

Esse amontoado de normas, conselhos, obrigações, ordens, ponderações, acusações, credos, regras, dedos apontados em alguma direção, mapa da existência humana.

No entanto nunca sairemos do mesmo lugar porque não estamos em lugar algum, no mundo da mente parecemos ter substância e direção, no mundo real estamos paralisados e presos num labirinto interior.

Alguns perceberam isso e por alguns minutos conseguiam subtrair os ruídos e ouvir o canto da vida, mas voltavam sempre ao estágio dos barulhos intermitentes, ao turbilhão do desejar, idealizar, sofrer, planejar.

Era preciso sair da mente, como um salto no vácuo, no escuro, um portal para outra dimensão, assim nasceu a meditação.

Meditar não é criar uma mente tranquila, é separar aquilo que não é nosso, que é da circunstância, momento, vivência, grupo, do que é realmente nosso e que esta além desse ambiente caótico que vivemos.

A meditação diária, constante, abre um espaço entre as tantas coisas que captamos, mas não assimilamos, um espaço que será preenchido por sons que não podíamos ouvir pelos excessos da mente, sons que nos remetem ao Ser Universal.

Conseguimos então olhar através do acumulo de estímulos e sensações, atravessar as regiões da ambivalência e dor, encontrar um local pacifico e seguro em meio ao caos que antes estava ali.

Num dado momento, entre o nada e a quietude, passamos a escutar a voz da vida que canta em tudo, de um dente de leão a uma rã, de uma nuvem aos raios de sol, de uma gota de chuva a uma galinha, de uma mosca a um pedra.

Percebemos que a voz de toda vida não é feita de um idioma racional, numérico, gráfico, coloquial, mas sim tátil, sensitivo, olfativo, vibrátil, e que é preciso estar em nosso corpo, plenamente, de todas as formas, e não somente na mente para perceber isso.

Assim que o ser humano sair de sua caixa-mente, assim que se liberar da ilusão do pensamento, a linguagem de todos os seres que habitam esse planeta não sera mais um mistério, estaremos vibrando na mesma frequência. 

domingo, 17 de fevereiro de 2013

Educação para adultos


Existe uma antiga e batida falácia nos meios espirituais e filosóficos, de que PRECISAMOS EDUCAR AS CRIANÇAS PARA NÃO PUNIR OS ADULTOS.

Essa idéia leva a crer que se o processo de educação ecológico, emocional, espiritual e social não começar na infância só restará ao adulto a punição.

É uma falácia pois afirma com isso que é muito dificil educar um adulto ou que aqueles que já são considerados adultos evidentemente tiveram oportunidade de receber uma educação adequada e funcional.

Ledo engano, crescer, trabalhar, constituir familia, assumir dividas, deveres, compromissos, já portar seu cpf, rg, carteira de motorista e todo aparato da maturidade fisica não significa nada em termos de maturidade social e interior.

Uma vez, num taxi, uma abelha entrou de repente durante o percurso e o motorista parou para mata-la, então eu lhe contei toda a participação positiva que uma abelha tem em nossa vida, é por sua causa e de outros insetos que temos frutas, verduras.

Aturdido e sensibilizado ele ficou olhando a abelha que finalmente saiu e pudemos continuar nosso trajeto.

Aquele homem possivelmente já teria matado algumas dezenas de abelhas em sua vida, tinha em sua mente uma noção muita vaga da função de uma abelha no ecossistema, pouco conhecia de toda vida, animal ou mesmo de  sua própria vida.

Ele ficou maravilhado e me pediu para falar mais sobre os animais.

Ao final da corrida ele me perguntou em que escola eu lecionava e eu respondi - No momento na escola da vida!

Nas minhas conversas informais nunca encontrei um adulto que fosse completamente avesso ao aprendizado.

É verdade que inumeras pessoas temem mudar, sair do aparente conforto do conhecimento comum, erroneamente consideram que ampliar e visão pode trazer tristeza e até mesmo uma sensação de inadequação, mas sempre existe uma área de interesse, uma porta de entrada para a evolução da consciencia.

Já conversei com adultos sobre as idéias de Socrates, raios, estudos da neurobiologica, motores de combustão, ecossistema, Egito, envelhecimento fisiológico, Islamismo, o big bang, a lei da gravidade, memória celular, disturbios de personalidade, doenças auto imunes, pererecas, croche, Stonehenge, pintura, baratas, piramides, cultura inca, alimentação natural, poesia, anorexia, leis federais, efeitos das drogas no cerebro, paixão, mentiras, leis do mercado, gestação, morte e tudo que envolve a vida.

São conversas soltas, muitas vezes rapidas, indagadoras e divertidas,

E na maior parte das vezes ao perguntar os porques vejo que isso nunca foi sinceramente questionado, é o "porque sempre foi assim", porque "eu acho que é assim", porque não sei.

A escola primária ensina ler e escrever, não a pensar, a familia ensina as regras sociais, não a participar, a faculdade ensina uma profissão não como se sentir capaz e feliz, a igreja ensina um credo não como gerir e respeitar toda a vida.

Questionar, observar, análisar, ponderar, raciocinar, se dar liberdade, reestruturar e expandir a mente e coração, tudo isso só se aprende na escola da vida, onde e com quem estivermos, dentro da medida e capacidade dessas outras pessoas.

Não é só "de pequenino que se torce o pepino", é possível sim podar e transplantar o pepino adulto, e acolher os pequenos e grandes dissabores que nossa falta de educação nos traz como uma passagem, uma porta que nos levará a outras dimensões.

Punir sim, sempre haverá punições, mas não causadas por ignorarmos completamente que existiam outras oportunidades, outros caminhos, a punição virá ao homem que escolher a transgressão de livre vontade com conhecimento de causa, sem a cegueira da inconsciência.


quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

RG Existencial




A preciosa liberdade de mudar e experimentar coisas novas !!!

Já fui ruiva, loira, cabelo azul de tão preto, mechinhas discretas, fios retos, ondulados, repartido no meio, jogado para trás, chanel, com 108 trancinhas, curto, curtissimo, longo, franja caindo no olho, estilo senhora, punk chique, até careca.

E a roupa ?  As fotos antigas me entregam, calça verde exercito colada, boca de sino azul com estrelas douradas, bata indiana, vestidão de macrame, micro saia, shorts colegial, frente unica, calça jeans rasgada, veludo cotele, camiseta pintada a mão, brechó, butique, roupa de parente.

Rock, blues, bossa nova, jazz, new age, lirica, samba canção, clássica, country, minimalista, indígena, performática, bolero.

Casa em frente a praia, centro de cidade grande, chalé no campo, apartamento em rua de comércio, sul, norte, centro oeste, pensão, casa de amigos, hotel, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas, Pará, sozinha, com filho e marido, só com filho, com estranhos, até camping.

Balé clássico, piano, natação, pintura, karatê, dança indiana, violão, yoga, caminhada, violino, hidroginástica, tricô, dança moderna, artesanato, tai chi chuan, localizada. 

Igreja, escola, centro comunitário, recreio, filosofia oriental, gerenciamento, raja yoga, colegial,  essências florais, curso técnico, inglês (diversos), universidade holística,  meditação, canalização, livros, viagens para fora, viagens para dentro.

Comida então !!!  Um mundo de disparidades, lasanha, macrobiótica, churrasco, vegetariana, viva, indiana, frutos do mar, veganismo, suco de frutas, refrigerante, vinho, clorofila, leite de brotos, dieta chinesa, fast food, jejum.

A vida é uma dança e cada hora é um ritmo. E nesta dança mesmo que não se tenha a destreza para ser considerado o melhor vale mexer o corpo e se divertir.

E assim muita coisa foi mudando mas ficou a Sandra. 

E daí... quem é Sandra ? Pergunta clássica, o amago do auto conhecimento, pura filosofia.

Antigamente minha identidade era meu corpo, idade, procedência, sexualidade, depois isso foi se tornando apenas um dado material, menos existencial, a imagem foi se diluindo com o avanço dos anos e da reflexão.

Em certos momentos me confundi com minhas emoções, era triste, animada, valente, derrotada, brilhante, tapada, indolente, carente, forte,  imersa num mar de sentidos e sendo levada por ondas e ondas de varias emoções não conseguia me definir.

Mas afinal, para que definição ?????

Para viver com os outros, para ter algum laudo e ser entendido por segundos e terceiros, para saber que estou aqui, presente, participante, um Ser nesse tipo de atuação que é viver.

Mas o corpo é a roupa que a energia veste para estar no mundo físico e a personalidade é a musica que ela canta para entreter os convidados da sua vida, nada além, é apenas um ritmo, que vai fluindo, certas horas como água, em outras ventania.

Mudar no contexto intimo, o mais difícil talvez, porque por fora é tão fácil, pintar unha, colocar lente, trocar profissão, mudar de casa, novos amigos, outra religião, mas por dentro lá esta a mesma pessoa.

Então vestir o coração de outra cor, ver as experiências como apenas  um filme de tantos que já passaram no cinema da alma, não se limitar ou confundir por essas imagens, sejam tristes ou alegres.

A surpresa de experimentar uma nova Sandra e além dela, não ficar refém de uma única cena.

Ei, voce ai, me dá um dinheiro ai, me dá um dinheiro ai!




O preocupação com o dinheiro esta em tudo, da marchinha de carnaval as conversas de amigos, nos livros de auto ajuda e até mesmo na igreja, para tudo se precisa dele, comer, vestir, morar, se locomover, se divertir, estudar, trabalhar, casar e crescer.

Tem gente que vê o dinheiro quase como um deus, um ser todo poderoso que governa nossas vidas e quanto mais perto estamos dele mais felizes seremos, dinheiro em abundância cria na mente imagens de vida tranquila e sem problemas.
  
Já tem outros que negam o dinheiro o considerando raiz de todo mal, o pai da ganancia e compadre da violência, para essas pessoas dinheiro e espiritualidade não combinam, são antagônicos, e o tempo que gastamos para obtê-lo é um tempo perdido. 
 
Só que o dinheiro em si, o seu valor, é a aceitação de uma convenção social, afinal aquilo é papel pintado, decorado, que se diz valer isso e aquilo, e todos nós é claro aceitamos e assim damos a ele uma força real e também imaginaria.
  
O dinheiro é uma forma de medir o valor do trabalho, de um objeto, produto, bens, ele escalona de uma forma racional (nem sempre!) a força e gasto de produzir, manter, expandir, criar, veio no lugar das trocas de antigamente.
 
Já teve época que se recebia sal, dai o soldo, depois salario, também algo poderia ser transformado em valor-galinha, pão, semente, azeite, água, tijolo, tecido, cabra, leite, só que a cabrinha naturalmente  vale mais na mente do dono do que para aquele que a cobiça.
  
O homem precisava de algo que pudesse usar como garantia de um troca futura, nem tudo era para agora, o leite também azeda - que tal deixar para outro dia ? - e assim surgiram as moedas e depois um contrato verbal e escrito, o promissória, o papel moeda.
  
Tá vendo? O homem precisa do dinheiro para medir suas coisas, as coisas que ele já tem, as coisas que vai comprar, aquilo que ele cria e o que vai consumir para viver.

Dinheiro então é uma medida, das coisas físicas, mesmo aquelas que nos parecem sonho como uma viagem para um Resort em Pernambuco ou Paris, sei lá, os dins dins mudam de nome mas continuam a ser o que são, modos de contar aquilo que tem no mundo.
  
Mas qual o valor de um ser humano? 
  
Não o que ele consome, precisa, gasta ou pode produzir, mas seu valor intimo, social, espiritual ?
  
Difícil medir isso, mas se mede também, ser humano ativo, que produz, que gera riqueza, bens e produtos é mais valioso do que aquele que não trabalha, não tem bens ou pouco poder de consumo.
  
Gente de tem, que pode, que faz, nos parece infinitamente mais valiosa do que gente simples, limitada, incapacitada.
  
Mas se o poder do dinheiro é dado pela nossa confiança nele então somos nós que valorizamos o dinheiro e não ele que nos valoriza, tai um grande desafio para nossa crença, entender que a força é nossa vida, nossa mente, nossa intenção, tudo mais é imaginação. 
 
Mas você precisa tantoooooo !!! O que fazer ? 
 
Trabalhe, estude, realize, se expanda, mas sem perder de vista que dinheiro é uma forma de troca, é uma medida de algo físico, é algo do mundo, não vai durar pela eternidade e nem vai levá-lo na próxima parada. 
 
Então relax, aprenda a ganhar e gastar, dê a ele a força que deseja, não aquela que é criada por outra pessoa e/ou grupos para lhe manter atrelado num caminho só, não confunda Ter com Ser, e nem Obter com Evoluir.
 
Cure o comichão de trocar novamente de celular, comprar mais sapatos, o notebook de ultima geração, o vestido da moda, outro boné de marca, se contente com o guarda roupa que já esta lá, troque ou dê aquilo que não esta usando e desocupe espaço para novas energias.
 
Nem santo e nem diabólico o dinheiro é apenas uma ferramenta, mas quem a segura, quem realiza a obra é sempre você, esse sim um Ser valiosíssimo.
 
E acabo assim com um sambinha - Dinheiro para que dinheiro se ela não me dá bola....

A insustentável leveza do Ser



Quer maravilha a mente clara e o coração tranquilo !!!  E cada vez mais dificil nos dias de hoje.

Basta ligar a TV e o telejornal lhe cospe dor, perda, sangue e medo. Isso sem falar nos programas que claramente exploram o MUNDO CÃO, mostrando absurdos e fazendo apologia da violência e preconceito. Nem vou citar o filme de ação e pancadaria que voce alugou para relaxar no final de semana.

A revista da moda, em nome de um conceito criado por alguns para o lucro de poucos, lhe aponta que esta envelhecendo, acima do peso, sem graça, sozinha. Mas é claro que lhe dará inumeras dicas para se livrar dessa pessoa inacabada e feia, do creme caríssimo para o rosto, até a prótese de nadegas, passando por sugestões de como agir na cama e parecer mais "experiente".

No metro, na rua, no trabalho, no transito, em todo lugar as pessoas estão tensas, apressadas, nervosas, cara fechada, duras, contraídas, com que esperando um golpe. A seu lado pode ter um inimigo, um louco homicida em potencial, alguém que de repente entra numa livraria com um bastão de baseball e sai rachando cabeças.

Mas a vida continua, e você precisa de conforto e prazer, cada vez mais, para compensar tudo isso. No entanto a visita da ALEGRIA e SATISFAÇÃO parece também precisar cada vez mais  de muita birita, compras, drogas, sexo louco, junk food, estados alterados de consciência, trucidar o comum, ultrapassar os limites.

Dor de cabeça, dor nas costas, uma serie de incontáveis problemas respiratórios, mal estar físico e emocional de todo tipo. A mente mal consegue emergir do lodo da apreensão e pensamentos negativos, a ansiedade e impaciência parecem reinar confiantes na TERRA DO EU CANSADO... você esta deprimido ???

Mas essa não é a condição original da mente, nem mesmo a condição original do ser humano, seja ele da Baixada Fluminense ou de Curitiba, do Canada ou da Bielo Rússia, Afeganistão ou Suíça, toda nossa apreensão e conflito é também assimilado pelo contágio social, onde passamos a vibrar numa frequência única,  quase como cérebros compartilhados, infelizmente na mais densa, baixa e conflituosa energia.

Será que eu fui mesmo inoculado pelo vírus da desorganização social ?

Se tudo parece estar bem mas seus nervos estão sempre a flor da pele, se pouca coisa já lhe consome muita energia, tem mais pensamentos negativos e raivosos do que bons e felizes, esta fugindo das pessoas que precisam de apoio e ajuda por que simplesmente não consegue mais ouvir problemas,  se seu estado emocional tem mais altos e baixos do que barco em tempestade, certamente voce esta com  INTOXICAÇÃO MENTAL.

Ás vezes isso vem de uma forma aparentemente sem riscos, numa conversa de amigos, e quase sem perceber a coisa descamba para algum assunto doentio, a reclamação raivosa, a fofoca, a critica pela critica, desconstruindo a harmonia da sua mente. Sua energia acabou de ser sugada por um buraco negro e você já esta navegando pelo triangulo das bermudas, na instabilidade.

Em outros momentos é de fora, você recebe o impacto da energia na rua, e isso pode vir da sua cidade, ou mesmo de algum grande evento planetário, mas geralmente não consegue ligar os pontos entre a tontura passageira com o nível de frequência a sua volta. Isso porque seu corpo sutil recebe e filtra pouco a pouco toda essa matéria toxica,  sua mente vai recebendo os fragmentos e só depois vem a reação.

Eu mesma não tinha a dimensão real desse tipo de problema, a intoxicação mental, até começar a fazer meditação diariamente, foi como se um peso tivesse sido tirado do meu coração e uma janela fosse aberta na minha mente, deixando entrar a claridade e o ar fresco, e assim minhas emoções foram se apaziguando e consegui até rir de idéias que antes capturavam minha atenção e me torturavam.

Foi tão gritante a diferença que comecei a me perguntar como estava tão intoxicada e não percebia.

Primeiro - não percebemos porque tudo vibra na mesma frequência doentia a sua volta, pessoas, ideias, musicas, conceitos, conversas, filmes, e assim  parece comum sentir, pensar e ver as coisas daquela forma, traz uma falsa idéia que essa é a forma normal de viver do ser humano. 

Segundo - quando você está em desequilíbrio  não consegue raciocinar com frieza e lógica sobre o que esta lhe acontecendo, isso porque a mente precisa de energia para fazer essa análise, aquela mesma energia que você já não tem. 

Terceiro - a todo momento somos chamados ao nosso lado animal, no estilo SE BATER LEVA!, como se isso fosse o melhor a fazer, responder o errado com o erro, o feio com o horrível, a agressão com mais porrada, a mentira com a manipulação, execrando a bondade como se ela fosse fraqueza e não evolução.

Quarto - somos seres sociais, para sobreviver precisamos estar antenados no que esta acontecendo a nossa volta, isso nos prepara para dias complicados, nos colocando de sobreaviso, ou no diz o momento que podemos relaxar, deixar a clava no chão e finalmente deitar nossa cabecinha no monte de feno para descansar, assim assimilamos.

Como se prevenir ? Como sair dessa ?

Fique de olho aberto, perceptivo para os possíveis agentes hospedeiros da intoxicação :

* Não deixe a conversa descambar para o lado negro da força, declare abertamente que você não tem interesse nesse tipo de conversa ou saia pela tangente;

* Dê um stop nos filmes de violência e alugue algumas comédias ou filmes com boas mensagens;

* Troque por alguns dias a tv por um livro interessante, relaxante ou educativo;

* Ouça musica suave,  lírica, clássica, sons da natureza (musica também tem seu potencial de equilíbrio ou desequilíbrio);

* Prove um alimento mais puro, saudável, limpo (sem tanto açúcar, conservante, sal ou gordura animal);
* Preste atenção até mesmo no que esta lendo, postando ou clicando na net;

* Mude sua visão do sono  - ele não é um desperdício mas um maravilhoso momento de reaver forças;

* Antes de xingar, urrar ou pular feito um Neandertal  pense no avanço que fizemos, da filosofia a física quântica, respire fundo e deixe passar;

* Exercícios físicos ajudam o corpo e a mente a desintoxicar e entrar numa outra frequência, dê preferencia a aqueles feitos em contato com a natureza, menos competitivos e mais participativos;

* E finalmente, ORE, MEDITE, DECRETE, PLANTE FLORES, BRINQUE COM OS SEUS BICHOS....deixe a tormenta passar, depois vem sempre a bonança.