terça-feira, 31 de agosto de 2010

Alfa & Omega



Sou descrente de deus, mas não descrente da vida, acredito no poder da escolha, na capacidade de analise, na auto evolução.

Não creio num ser magico-mítico-distante-todo-poderoso que me criou a sua semelhança e me exorta a cumprir um papel, observar preceitos, obedecer suas regras.

Não serei recompensada pela bondade e nem castigada pela maldade, não sou observada, julgada ou controlada por um olho que tudo vê, onipresente, e nem confortada ou protegida por um pai-mãe astral.

Sou um aglomerado de células que pulsam, crescem, fazem trocas, inteligentes ou néscias, animal com pretenso raciocínio.

Meu corpo recebeu um nome ao nascer, conceitos, um treinamento de identidade, em alguns momentos me iludo com a materialidade, confundindo o personagem com a capacidade.

Em outros momentos, consciente da tolice do ego, observo minha fusão com o planeta e o universo, o vegetal do alimento, o ar compartilhado por todos os seres, a água vinda com a memória da terra, o sol, centro da galaxia.

Maravilhada percebo que somos um único vivente, me vejo espalhada em outros seres, lugares, formas, funções, tenho diversos nomes e inúmeras experiencias.

Ultrapasso o mito e reconheço o verbo, sou a forma, a imagem, a semelhança, não preciso de uma crença para meu próprio reconhecimento, estive em tudo e estarei além do tempo e espaço.

Sou descrente de deus, mas não descrente da vida.

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