quinta-feira, 30 de abril de 2015

Ao coração além da mente


A maior parte das pessoas no mundo vive uma vida a toa.

Sem direção, sem uma motivação superior, sem intenção real, sem ao menos se conhecer.

Comem, bebem, compram, desejam, choram, se esforçam, desistem, acreditam e esquecem.

Tal como formigas seguem apenas a trilha mais usada, a trilha marcada, mesmo que estejam numa imensa floresta, com inúmeras possibilidades.

Assim é quando a mente esta bloqueada por uma unica percepção, a visão materialista, imediatista, personalista, egocêntrica.

Aqueles que saem, mesmo que por pouco tempo, dessa limitação, fazem maravilhas.

Queremos ser especiais mas dentro da banalidade e frugalidade do mundo "real", consumista, devorador.

Por mais que existam milhares de coisas interessantes, brilhantes, admiráveis, no mundo, nenhuma delas consegue preencher completamente nosso coração.

Somos seres famintos rodeados de enormes guloseimas artificiais, nada nos satisfaz por muito tempo.

Então chega, para alguns, o momento em que é impossível não ver isso, o vazio da vida, a falta de sentido e direção e motivo que nos empurra para frente (frente? mesmo?).

Somos "despertados" pela mão da eternidade, sacudidos pela luz, fica evidente a pequenez da vida mundana.

Esse despertar na maior parte das vezes não é agradável, na maior parte das vezes é como bater de frente num caminhão a toda velocidade, sem freio, numa descida.

Simplesmente nos sentimos fragmentados, arruinados, sem saber o que fazer.

Se tivermos muita paciência, uma certa dose de humor, mesmo que humor negro, e muita bondade conosco mesmo, sairemos dessa dor e desorientação, o corpo e a emoção remendados, com muitas histórias para contar.

Nos tornaremos finalmente "seres reais", aqueles que podem segurar a mão de outros nos piores momentos com o coração tranquilo, aqueles que sorriem pelo canto do olho para os estranhos de passam, aqueles que movem montanhas de dificuldades com o poder da bondade interior.

Sim, seremos essa pessoa, já somos, falta apenas abrir a porta e deixa-la finalmente participar da nossa vida.

Vivendo além da mente e dos tortos conceitos sociais, a vida direto ao coração.

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