segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

PRISIONEIRAS


É na mente que a burca esta, muito mais do que o corpo ela cobre a idéia da pureza de existir, do corpo espirito livre, sem maculas.

Um corpo que nunca foi diabólico ou perigoso mas assim de tornou pela ganancia, maldade, interesse e falsidade humana.

É lá, dentro de antigos livros, escritos por pessoas que desejavam dominar terras, tribos, intenção, força e a liberdade que a mentira surgiu.

Escrito por homens manipuladores e cientes que suas palavras seriam sempre respeitadas e obedecidas se viessem envoltas com o mistério, com a fé, pregadas numa crença que aterroriza e ao mesmo tempo bonifica, mata e promete vida eterna.

E as mulheres, que a milhares de anos são estigmatizadas por algo que não é ruim, como a sensibilidade, beleza, sensualidade, capacidade de amor, união e entendimento, foram mais uma vez atreladas, como bestas feras, a conceitos mudanos e vãos.

As mulheres passaram a carregar o mau do mundo em seus corpos, em seus desejos, na sua simples consciência, viraram seres necessários mas odiados, que precisam ser detidas e dominadas pois eles sabem é dela e não deles que vem a luz.

Então pouco a pouco a mulher é levada a condição de objeto, de consumo, de prazer, de perpetuação da especie, empregada, serviçal, saco de pancada, culpada pelas dores e enganos do mundo.

E passa a aceitar sua prisão, sua meia vida conduzida, como unica opção, procura inclusive beleza nessa limitação, tenta justificar a injustiça, entender por vias tortas aquilo que é claro, mas não pode ser dito.

A mulher aceita tudo, uma pancada, uma piada, ser apedrejada, ser usada todas as noites e não ter prazer, servir alguem e apesar disso ser sempre desvalorizada, ser abandonada e sozinha cuidar de tudo.

A mulher aceita tudo e ainda acredita que seu valor é dado pelo homem, pai, companheiro, irmãos, primos, marido, avô, professor, ela entrega sua vida, seu coração e confiança a esses seres, sem perceber quão desorientados eles são.

Vestimenta de pesar, da morte da pureza original, da liberdade, seja no oriente ou no ocidente, todas usamos burca, ela esta em nossas mentes.

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