O amor não é um experiência que vem de súbito, como alguns romanticamente acreditam, a paixão sim, é abrupta e quase ilógica na sua necessidade de estar e possuir.
O amor é lento, parcimonioso, vem pela observação, experimentação, é como degustar vinhos, melhora pelo tempo, amplia pela constância e a atenção a necessidade do outro.
Em alguns momentos, quando desejamos impingir nossas idéias, valores e desejos, sobre a dos outros, o amor se afasta timidamente tomado pela vergonha da exclusão.
E mesmo que afirmemos que fazemos isso para o bem do outro, todos sentem que o amor não esta ali, mas sim o domínio, encenando uma peça de auto admiração.
Anos depois, analisando com frieza nossas ações, vemos que havia ali diversas coisas muito uteis ou didáticas, mas não necessariamente o amor, pois o amor não quer entender nada e nem pede algo, ele existe por existir.
Então nos sentimos tristes, perdemos momentos importantes não amando, não deixando o amor se expressar, assumindo papeis que nem eram necessários ao invés de nos abandonar ao amor.
E se pararmos de quantificar coisas como o tênis jogado na sala, a toalha molhada deixada sobre a cama, o requeijão aberto e cheio de formigas, a nota C- em química, a conta caríssima do telefone, o jeans novo rasgado nas brincadeiras de rua, teremos espaço liberado para amar.
É da vida, um dia todos crescem, tem seu próprio espaço, sua família, tempo restrito, e mesmo quando tudo parece propicio, quando acontece aquele momento perfeito em que todos estão juntos, pode não existir dialogo, pois cada um seguiu um caminho e nenhum era o do amor.
Com pouca observação podemos ver a limitação do ser humano em amar, as manchetes dos jornais e programas de tv nos mostram isso, também a solidão que muitas vezes nos acomete mesmo com tanta gente a nossa volta (já somos mais de 7 bilhões).
Não é da nossa verdadeira natureza o amor, se assim fosse viria aos borbulhões, sem obstáculos, ele vem pelo aprendizado de toda vida, é preciso abertura, simplicidade e rendição, constantemente renovar votos na sua crença pois amar se aprende amando.
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