Existem dias especialmente desgastantes para mim, dias da famosa rebordosa, em que ainda estou bastante intoxicada por energias negativas, densas, formas pensamentos.
Geralmente absorvo isso de imagens, noticias, pessoas ou situações negativas ou de descontrole, isso me faz muito mau pois entro na sintonia da energia e sofro seus efeitos.
Quando descobri isso passei a limitar meu tempo de contato, pessoalmente, por telefone, e-mail, qualquer coisa que possa me remeter a essa energia.
Mas de vez em quando eu faço uma besteira e o desgaste que sofro é tão grande que nem consigo pensar racionalmente depois, e isso atinge minha forma de me alimentar, descansar, dormir, todas minhas atividades.
Posso ver claramente que estou com energia zerada pois fico nervosa a toa, com cólicas, urticária, sem paciência, amedrontada, muito sensível a sons, cheiros, movimentação.
Para desintoxicar preciso meditar bastante, ouvir musica suave ou mantras, tomar muita água, comer frutas, curtir o silêncio, ficar sozinha e ter paciência com tudo que possa dar errado.
Não é um dia para tomar decisões, muito menos sair por ai, qualquer grande ideia que venha na cabeça nesse dia deixo de lado e analiso posteriormente, em outra frequência.
Acredito que muitas pessoas vivem constantemente intoxicadas mas não veem isso, para elas parece um dia ruim num mundo ruim, não percebem que estão sofrendo os efeitos da desorganização alheia.
Eu também não percebia claramente no começo, tentava buscar em mim os motivos daqueles sentimentos, ficava cavucando lá no fundo para encontrar as razões de estar em desequilíbrio.
Foi quando comecei a meditar mais, ficar mais em silêncio, esquecer tv, chats, conversa diária de bobagens, quando comecei a me ouvir mais atentamente é que reconheci que estava intoxicada por pensamentos alheios.
Percebi também que muitas escolhas eram fruto dessa intoxicação, o que comer, o lazer, as atividades do dia, as conversas mentais, o que me incomodava e a forma como me sentia incomodada.
Se você esta ansiosa, nervosa, triste, irritada, vai naturalmente fazer escolhas bem diferentes do que quando esta tranquila, centrada, feliz, pacifica, o mundo todo se torna diferente, as pessoas, as situações, mesmo as coisas materiais.
Até mesmo minhas cachorras ficam diferentes nesses dias de intoxicação, em constante alerta, brigam mais entre si, não conseguem dormir a noite toda, comem mais, latem mais, uivam mais, mordem e "aprontam" mais.
Nos dias tranquilos elas não se irritam tanto com as crianças de bicicleta na rua, tiram pequenos cochilos durante o dia, latem, uivam ou mordem na medida certa, pelos motivos certos, parecem igualmente calmas num mundo sem problemas.
Quando estou intoxicada não sou eu mesma, naturalmente que não, sou um apanhado do pior das outras pessoas, estou carregando os resíduos do lixo e sujeiras emocionais e sensoriais.
E quando carregamos o lixo alheio somamos a isso nosso próprio lixo e está feita a confusão.
Besteira feita agora é lidar com as consequências e refletir o porque ainda me sujeito aquilo que não quero, que não me faz bem, em nome do que me obrigo a passar por essas "roubadas".
Se for em nome da amizade estou errando nas amigas, não que eu queira pessoas perfeitas, com vidas perfeitas, eu não sou nada perfeita, mas ao menos pessoas que estejam numa frequência mais harmoniosas.
Antes não entendia a vida dos monges, a coisa do isolamento e contemplação, agora sei que é preciso muita gente fora do redemoinho para contrabalançar as forças e polaridades, só assim para o mundo chegar ao equilíbrio.