quarta-feira, 6 de março de 2013

Intoxicação


Existem dias especialmente desgastantes para mim, dias da famosa rebordosa, em que ainda estou bastante intoxicada por energias negativas, densas, formas pensamentos.

Geralmente absorvo isso de imagens, noticias, pessoas ou situações negativas ou de descontrole, isso me faz muito mau pois entro na sintonia da energia e sofro seus efeitos.

Quando descobri isso passei a limitar meu tempo de contato, pessoalmente, por telefone, e-mail,  qualquer coisa que possa me remeter a essa energia.

Mas de vez em quando eu faço uma besteira e o desgaste que sofro é tão grande que nem consigo pensar racionalmente depois, e isso atinge minha forma de me alimentar, descansar, dormir, todas minhas atividades.

Posso ver claramente que estou com energia zerada pois fico nervosa a toa, com cólicas, urticária, sem paciência, amedrontada, muito sensível a sons, cheiros, movimentação.


Para desintoxicar preciso meditar bastante, ouvir musica suave ou mantras, tomar muita água, comer frutas, curtir o silêncio, ficar sozinha e ter paciência com tudo que possa dar errado.

Não é um dia para tomar decisões, muito menos sair por ai, qualquer grande ideia que venha na cabeça nesse dia deixo de lado e analiso posteriormente, em outra frequência.

Acredito que muitas pessoas vivem constantemente intoxicadas mas não veem isso, para elas parece um dia ruim num mundo ruim, não percebem que estão sofrendo os efeitos da desorganização alheia.

Eu também não percebia claramente no começo, tentava buscar em mim os motivos daqueles sentimentos, ficava cavucando lá no fundo para encontrar as razões de estar em desequilíbrio.

Foi quando comecei a meditar mais, ficar mais em silêncio, esquecer tv, chats, conversa diária de bobagens, quando comecei a me ouvir mais atentamente é que reconheci que estava intoxicada por pensamentos alheios.

Percebi também que muitas escolhas eram fruto dessa intoxicação, o que comer, o lazer, as atividades do dia, as conversas mentais, o que me incomodava e a forma como me sentia incomodada.

Se você esta ansiosa, nervosa, triste, irritada, vai naturalmente fazer escolhas bem diferentes do que quando esta tranquila, centrada, feliz, pacifica, o mundo todo se torna diferente, as pessoas, as situações, mesmo as coisas materiais.

Até mesmo minhas cachorras ficam diferentes nesses dias de intoxicação, em constante alerta, brigam mais entre si, não conseguem dormir a noite toda, comem mais, latem mais, uivam mais, mordem e "aprontam" mais.

Nos dias tranquilos elas não se irritam tanto com as crianças de bicicleta na rua, tiram pequenos cochilos durante o dia, latem, uivam ou mordem na medida certa, pelos motivos certos, parecem igualmente calmas num mundo sem problemas.

Quando estou intoxicada não sou eu mesma, naturalmente que não, sou um apanhado do pior das outras pessoas, estou carregando os resíduos do lixo e sujeiras emocionais e sensoriais.

E quando carregamos o lixo alheio somamos a isso nosso próprio lixo e está feita a confusão.

Besteira feita agora é lidar com as consequências e refletir o porque ainda me sujeito aquilo que não quero, que não me faz bem, em nome do que me obrigo a passar por essas "roubadas".

Se for em nome da amizade estou errando nas amigas, não que eu queira pessoas perfeitas, com vidas perfeitas, eu não sou nada perfeita, mas ao menos pessoas que estejam numa frequência mais harmoniosas.

Antes não entendia a vida dos monges, a coisa do isolamento e contemplação, agora sei que é preciso muita gente fora do redemoinho para contrabalançar as forças  e polaridades, só assim para o mundo chegar ao equilíbrio.

terça-feira, 5 de março de 2013

De grão em grão a galinha enche o papo



Estamos sempre esperando "aquele" fato,"aquela"mudança, "aquela"coisa especial, de fora ou de dentro, para chegarmos "naquele" ponto imaginário onde tudo vai ser mais do que perfeito, sem problemas, tudo entendido, satisfeitos, felizes e sabendo lidar bem com as coisas do mundo.

Verdade seja dita que esse "aquele" não sabemos nadica de nada como é, mas supomos, é verdade, e sonhamos, bastante, com que ele seria.

De ganhar na Mega Sena ao namorado romântico, da plástica na barriga a uma casinha na praia, de pagar todas as contas a mais amigos, da religião que lhe dá paz a técnica de cura perfeita, morar no exterior, fazer um mestrado, emagrecer 4 quilos, ter segurança financeira, é tanta coisa que passa pela nossa cabeça.

Tá bom, sonho é sonho, lá tudo é perfeito, tem um THE END como aqueles contos de fadas E ELES FORAM FELIZES PARA SEMPRE !!!

Só que a vida real é igual louça para lavar, você acaba tudo, deixa a pia brilhando, e logo é hora do lanche, ou da janta, dali a pouco tem mais um copinho em cima da pia, e o trabalho começa tudo de novo, sem fim.

Mas nos consolamos com a ideia de que "o dia maravilhoso em que tudo estará resolvido" vai chegar, seja por causa de alguma coisa, pela mão de outra pessoa, até mesmo do governo, esperamos que o governo resolva o Brasil, se não conseguir colocamos outros e outros e outros.

Só que aqueles que já chegaram lá, os que conseguiram o tão esperado equilíbrio, a tão desejada felicidade, a velha e boa paz e aquela cara de NÃO ESTOU NEM AI PARA OS PROBLEMAS, não viveram um golpe de sorte, não foram tocados por um anjo, nada de ET ou algo que caiu do céu, eles construíram isso.

Sim, os bem resolvidos investiram em se resolver, todos os dias, pouquinho a pouquinho, ordenando as peças do quebra cabeça mental, trocando os condutores defeituosos da emoção, se esforçando em muitos momentos a dizer NÃO, esse não para situações que poderiam dar prazer a curto prazo mas uma baita dor de cabeça com o passar dos tempos.

A muitos anos uma amiga me contou uma história de um vizinho, gente paupérrima, morava ali num terreno baldio, numa lona velha, ele, a esposa, e uma filha. Era gente que tinha deixado tudo para trás, a sua terra natal árida e paupérrima e vindo para a cidade grande. De melhor possuíam apenas um carrinho de lata, que usavam para o ganha pão, catar sucata na rua.

Pois bem, o homem todos os dias nas suas andanças, quando encontrava um tijolo ali perdido num terreno, jogado fora numa construção, recolhia e levava para casa, feliz da vida, assim também fazia com telhas e arames e todas as coisas que encontramos numa construção. 

Um dia minha amiga percebeu que os vizinhos tinham construído duas paredes, a lona velha de guerra ainda em cima, meses depois foram colocados caibros velhos, e algumas telhas e assim pouco a pouco foi surgindo uma casinha tímida. E a volta da casinha surgiram pés de tomate, chuchu, verduras, maracujá.

Anos se passaram, a casa foi terminada, pintada, arrumada, reformada, o jardim além da pequena horta já tinha pé de laranja, manga, limão, banana, muitas flores, uma mesinha e cadeira na frente, já não parecia uma casinha mal acabada num terreno abandonado.

Então  eles foram pedir uso capião, minha amiga levou os vizinhos de carro a prefeitura, e no caminho o homem foi contando que seu maior sonho era ter uma casa, e que quando veio para a cidade grande ele decidiu que tudo, por menor que fosse, que levasse ele a isso, iria agarrar com força e não deixaria fugir a oportunidade, assim cada tijolo que achava ele sabia e se via cada vez mais perto da sua casa.

Ao ouvir essa história eu percebi que queremos que a solução dos nossos problemas e o tão desejado objeto da nossa felicidade chegue até nós pronto, acabado, perfeito, tudo resolvido, sem mais esforços e que ai, e só ai, nossa vida finalmente vai estar perfeita.

No entanto, seja o que for que desejamos, essa coisa já existe e esta espalhada no nosso cotidiano, esperando que peguemos a nossa coragem, determinação e confiança - nosso carrinho - e a encontremos. E assim juntando, um pouco por dia, no fim de um período a coisa vai ter forma, função, espaço na nossa vida, e real valor pois nós fizemos acontecer.

Usando nossa força e inteligência, nosso empenho, visão a longo prazo e amor próprio, podemos construir coisas inacreditáveis, até mesmo sem ganhar na mega sena ou ter o amor perfeito ao nosso lado, tudo que precisamos é abraçar nossa chance de hoje.

E a nossa chance de hoje não é algo fora do comum, tão diferente, mas pequenas coisas que já fazem parte da nossa rotina, nossa chance de hoje se faz  vivendo-as de forma diferente,  com outra intenção, buscar algo mais em tudo aquilo que se pratica.

Ao invés de sentir raiva do vizinho que liga o som alto dançar um pouco com essa musica, exercitando o corpo e a paciência, no lugar de comer a coxinha cremosa na padaria tomar um suco de maçã com clorofila, hidratando e desintoxicando o corpo, pegar os R$ 0,10, aquela moedinha aparentemente sem força e coloca-la no cofrinho imaginando o passeio em Orlando.

E quando o filho disser que não vai guardar o sapato jogado na sala, ao invés de gritar, se sentir frustrada, pegar o sapato e fazer uma mimica, mostrando quanto as coisas abandonadas sofrem por estarem assim perdidas pela casa.

O potencial das coisas que desejamos só tomam forma com nossa força de vontade de viver diferente.

Você esta MESMO precisando de uma Cura ? Não consegue mais lidar com sua tristeza e vazio ? Passou dos 30 e vê que não construiu nada de solido na sua vida ? Ainda enfrenta os mesmos medos, limites e duvidas de tantos anos ?

Então vamos lá, pegar o carrinho da perseverança e dia após dia, investindo carinhosamente em si mesmo, no ambiente e no planeta, construir um lugar de paz, segurança, amor próprio e luz, energia essa que ao se propagar vai iluminar, através de nós, todas as circunstâncias e pessoas da nossa vida.

Pois a energia da transformação, apesar de parecer imaterial, traz essa força que nos faz  pegar o tijolo solto e abandonado no chão, com alegria e não sentindo frustração pelas coisas que ainda não temos mas sim confiantes por aquelas que iremos construir.

O tempo vai passar para todos, mas aqueles que investem um pouco a cada dia na sua felicidade e bem estar  certamente vai colher bons frutos a longo prazo.